quarta-feira, 1 de junho de 2011

"Feira: uma vocação poética", entrevista com Antonio Brasileiro


Feira de Santana é conhecida nacionalmente por ser um grande entroncamento rodoviário. E também porque é forte aqui o comércio. Sem falar no contrabando, na pirataria e no preço elevado do transporte público, um dos maiores do Nordeste.

Mas sob os domínios da cidade estão escondidas outras possibilidades de vivenciá-la, e esta entrevista com o escritor e artista plástico Antonio Brasileiro pode ajudar os cidadãos feirenses e os não feirenses a saberem um pouco mais sobre a vida artística e cultural de Feira, em destaque sobre uma possível “vocação poética”.

No ano que a Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) irá publicar uma antologia poética de cerca de 500 páginas da Revista Hera, publicação que foi o carro-chefe do movimento de mesmo nome na cidade, aqui está uma esclarecedora entrevista com o seu líder e fundador. Boa leitura.

Download do PDF aqui.

Texto e entrevista: Ederval Fernandes.

Fotos: Maria Dolores Rodriguez.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Uma boa nova para a literatura feirense


Feira de Santana é uma cidade de tradição na poesia. Ironicamente, os seus habitantes demonstram um desconhecimento geral da literatura feirense. Nomes consagrados como Godofredo Filho e Antonio Brasileiro, citados na obra de um escritor do porte de Jorge Amado, são completamente estranhos para grande parcela dos leitores da cidade. E o que dizer dos novos escritores? Não bastasse a falta de público e a condição de iniciante, o jovem escritor ainda enfrenta dificuldades na hora de publicar.

Em meio a esse quadro desanimador, os amantes da literatura ganharam recentemente um motivo para comemorar. A boa nova é Coleção Nova Letra. A Coleção foi criada por iniciativa do jovem poeta Ederval Fernandes com a intenção de divulgar a produção dos escritores da sua geração, nascidos nos anos 80, residentes em Feira de Santana. Até então, sete livros foram publicados. E segundo Ederval, existem mais três livros no prelo com previsão de serem lançados ainda no primeiro semestre de 2011.


O livro de poesias Conta Corrente, de Ederval Fernandes, é um dos destaques da Coleção. Nele uma Feira de Santana lírica aparece como cenário das inquietações íntimas do poeta. O livro de contos Apátridas, de Luciano Penelu, se notabiliza pela sobriedade da linguagem e pelas histórias insólitas. Outro nome de destaque é João Daniel G. Oliveira, com dois livros de crônicas publicados, O Beco de Tatá e Trilogia Santa Bárbara.

Além do alto nível dos autores, a Nova Letra chama atenção pelo design. Os livretos são produzidos artesanalmente, no formato de livros de bolso (média de 20 páginas) e trazem ilustrações feitas por jovens artistas. Dentre os ilustradores, destaca-se o nome da feirense Tâmara Lyra, cujos desenhos estampam três livros da Coleção. Os livretos da Nova Letra fazem parte das edições MAC, editora pública do Museu de Arte Contemporânea Raimundo de Oliveira, responsável pela publicação de autores locais há décadas sob a orientação do livreiro Edson Machado.


Os livros são vendidos bravamente pelos próprios autores nos espaços culturais da cidade pelo preço simbólico de R$ 3,50, para custear as publicações futuras.


Este texto foi publicado por Davi Lara, no semanal Folha do Norte (Feira de Santana - BA), no dia 27 de maio de 2011.